sábado, 18 de maio de 2013

Aposentado planta 16 mil árvores em áreas abandonadas na zona leste de SP


Caminhando pela parte mais fechada da vegetação até o local onde as mudas são recém-plantadas, o administrador aposentado Hélio da Silva, 62, sabe dizer a idade de quase todas as árvores do parque linear Tiquatira, na Penha, zona leste. É ele quem vem plantando exemplares na região há dez anos.
Jequitibá, ingá, pitangueira, jacarandá... Hélio aponta suas favoritas e conta história. "Essa aqui é uma imbaúba. Essa outra, calabura, atrai 52 espécies de passarinho."
Mesmo tendo voltado a trabalhar após a aposentadoria, Hélio começou a plantar em 2003, às margens do rio, que fica a alguns quarteirões de sua casa. "Isso tudo era um descampado, cheio de sujeira."
Árvores no Tiquatira
Hélio da Silva, 62, plantou mais de 16 mil árvores no parque linear Tiquatira, na Penha
A ideia era colocar 5.000 unidades; hoje, na contagem do próprio Hélio, são 16.591 árvores de 170 espécies diferentes, a maioria nativa da mata atlântica.
"Algumas pessoas acham que sou funcionário da prefeitura", afirma ele, que teve de conseguir autorização da Secretaria do Verde e do Meio Ambiente antes de plantar e não ganha nada pelo trabalho. Por um tempo, diz que gastou R$ 2.000 por mês com mudas e adubo.
PROBLEMAS
Além de plantar, é preciso cuidar da herança que ele diz deixar para os três filhos, os netos e a cidade. Assim, agora no outono, que não é época de plantio, ele poda as mudas. "São Paulo me deu tudo. Estou só retribuindo."
Ele conta que, quando começou, achavam que era louco. Sua mulher, Leda Vitoriano, era uma dessas pessoas. "Eu dizia: 'Você faz tudo e quem vai levar a fama são os vereadores'", conta ela, que acha que o casal comprou brigas desnecessárias.
A principal foi com comerciantes da região, já que a vegetação começou a tapar a visão das lojas da avenida Carvalho Pinto. As primeiras 500 mudas foram destruídas. "De cada dez que eu plantava, arrancavam oito."
Após quatro anos e 5.000 árvores, a prefeitura transformou, em 2007, o Tiquatira no primeiro parque linear (ao longo de rios) da cidade e lá instalou banheiros e equipamentos de lazer.
Há 12 anos no ponto, o vendedor de coco Antônio Ferreira, 52, testemunhou o processo. "As pessoas começaram a caminhar mais aqui, o movimento dobrou."
Mas Hélio também ouve piadinhas. "Me perguntam para quem estou plantando. Digo: 'Pro seu neto, porque logo, logo você já era!'."


Fonte: Folha de São Paulo. Em 11/05/2013

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Por ai...



Acho é lindo essa MP dos Portos bolando tanto por ai...
A turma da Dilma batendo na trave, mas impossibilitada de fazer gol.
O que é mais lindo ainda é ver tanto revolucionário, defensor de bandeiras socialistas, opositor ao liberalismo, inimigo das privatizações e seus derivados, vestirem a camisa. 
Um Brasil feito por dois tipos de "POLVOS", aqueles que enganam pra chegar no poder e atender seus anseios e dos correligionários, e do povo humilde que gritam de  norte ao sul por melhores condições de vida, de trabalho, de dignidade, gente que quer educação melhor, quer saúde, quer segurança. Dizem por ai que a constituição garante tudo isso, dizem... mas eu desconfio! 

Total atividade!


        Após o final da monografia II   resolvi elencar como meta maior atenção a esse espaço, não que eu tenha tempo sobrando, pude perceber que tempo é algo tão relativo e que prioridades são prioridades, devem prevalecer sobre todos e tudo, inclusive nesse ano (2013) que resolvi dar maior atenção a minha vida profissional (anos anteriores família, empresa, amigos, e amor estavam em alta) . Quero tornar esse blog útil para aqueles que estão entrando no barco agora, pra aqueles que já fizeram a viagem e para os capitães, que já estão no barco a muito tempo e que enfrentaram as tempestades e que conhecem bem a calmaria de um mar complexo e instável.
        Será um local para debate, troca,  tira -dúvidas  e coisas cotidianas, tipicas do economista (diga-se de passagem a profissão mais linda, mais completa que eu conheço, Rsrs, desculpe-me a modéstia... se não existisse eu inventaria!) .
         Percebi também que a quantidade de leitores tem aumentado o que diretamente reflete na minha vontade (obrigação) de escrever por aqui!!


Vamos, que vamos!!

terça-feira, 14 de maio de 2013

A EMPRESA TRANSNACIONAL




Os desenvolvimentos teóricos recentes a respeito da empresa transnacional (ET) ainda são ignorados ou minimizados. No entanto o entendimento sobre ET é de fundamental importância. No contexto atual processo de globalização, a ET é o principal lócus de acumulação e de poder econômico a partir do seu controle sobre ativos específicos (capital, tecnologia e capacidade gerencial, organizacional e mercadológica). No capitalismo contemporâneo, a ET encontra-se cada vez mais identificada com a categoria de grupo econômico do que com a de empresa.
            A ET é a empresa de grande porte que controla ativos em pelo menos dois países. A ET responde pela quase totalidade dos fluxos de investimentos externo direto (IED). A teoria desenvolvida, assenta-se na relação entre empresa, o território e o sistema econômico, A ET é entendida como o principal agente dos processos de internacionalização da produção, centralização e concentração do capital, e de destruição criadora.
            Na dimensão microeconômica, a ET é o agente de realização do processo de internacionalização da produção. Esse processo ocorre sempre que residentes têm acesso a bens e serviços com origem em não – residentes (isto é, mercadorias originalmente produzidas por não residentes). E ele se expressa de três formas: exportação, licenciamento de ativos e investimento externo direto. A literatura analisa a ET, a  primeira contribuição importante, utilizando o enfoque de organização industrial para o estudo dos determinantes do IED, foi dada por Penrose em 1956. O argumento básico de Penrose é que o IED é uma conseqüência do processo de crescimento da empresa. Ela argumenta que as empresas têm uma forte tendência para se expandir, e expansão significa diversificação da produção, assim como penetração em novos mercados internos e externos.
            A idéia de que uma empresa deve possuir algumas vantagens de modo a poder penetrar em mercados externos por meio do IED foi na realidade, a contribuição básica de Hymer em 1960. Segundo esse autor, empresas engajam-se em operações externas porque têm algumas vantagens que as empresas do país receptor do investimento não têm.
            A visão abrangente da internacionalização do capital consiste em entender o fenômeno da ET como um epifenômeno da própria dinâmica de desenvolvimento capitalista. A ET surge, então, como resultante da convergência dos processos de concentração e centralização do capital e de destruição criadora. A ET é o principal objeto da macro dinâmica capitalista, mas também é o seu principal sujeito. A ET é a grande empresa capitalista e o principal agente de realização dos processos de internacionalização da produção, concentração e centralização do capital, e de destruição criadora.
            A ET tem como característica básica o fato de ser uma grande empresa e possuir vantagens especificas. No entanto, a posse de vantagens especificas à propriedade surge como condição necessária, porém não suficiente, para explicar o movimento de internacionalização da produção em termos do seu movimento inicial, das formas assumidas, e da distribuição espacial (escolha de territórios). A “condição de suficiência” seria determinada pela interação de um conjunto de fatores locacionais específicos. Interagindo com os elementos sistêmicos e específicos às empresas (microeconômicas), os fatores locacionais aparecem como variáveis determinantes para a escolha da forma do movimento de internacionalização da produção. 
            O fato é que os próprios fatores locacionais específicos (operando no território, no espaço nacional ) dependem de fatores sistemáticos, pois eles surgem em função das necessidades de expansão do sistema capitalista em escala mundial. No caso de fatores sistêmicos que afetam os fatores locacionais específicos, o exemplo óbvio é o processo de desenvolvimento dependente dos países do Sul. Nos países do Norte, podemos destacar os gastos militares dos governos nacionais que estimulam o progresso tecnológico.
            A visão abrangente da natureza da ET procura ter um caráter histórico na medida em que aceita o fato de que a cada momento a interação de fatores econômicos, políticos, sociais e culturais define um novo conjunto de pesos específicos para as variáveis determinantes. Em conseqüência, a resultante das variáveis muda de uma forma incessante, o que nos remete a uma analise dinâmica do processo de internacionalização da produção por meio da expansão das empresas transnacionais. Em síntese, a ET é sujeito e objeto dos processos de internacionalização da produção, centralização e concentração do capital e destruição criadora. 

segunda-feira, 13 de maio de 2013

A Politica Ambiental


           


           A Política Ambiental é o conjunto de metas e instrumentos que visam reduzir os impactos negativos da ação antrópica – do homem – sobre o meio ambiente. Como toda política, possui justificativa para sua existência, fundamentação teórica, metas, instrumentos e prevê penalidades para aqueles que não cumprem as normas estabelecidas. Interfere nas atividades dos agentes econômicos, portanto, a maneira pela qual é estabelecida influencia as demais políticas públicas, inclusive as políticas industrial e de comércio exterior.
            A Importância da Política Ambiental tem sido crescente, principalmente nos países industrializados, e seus efeitos sobre o comércio internacional podem ser percebidos com o surgimento de barreiras não – tarrifárias.
            As matérias – primas e energia são os insumos da produção, tendo como resultados o produto final e as rejeitos industriais – fumaça, resíduos sólidos e efluentes líquidos. Como os recursos naturais utilizados nos processos industriais são finitos, e muitas vezes não – renováveis, a utilização deve ser racional a fim de que o mesmo recurso possa servir para a produção atual e também para as gerações futuras – esse é o principio de Desenvolvimento Sustentável.
            A Poluição é vista como uma externalidade negativa e a solução para o problema é que o poluidor internalize as externalidades – principio do produtor- pagador. Porque não se cria um mercado para negociar a quantidade de poluição aceitável? Essa questão foi levantada por Ronald Coase em 1960, na qual o argumentava que a solução dos problemas ambientais pode surgir por meio da livre negociação entre as partes envolvidas. A hipótese básica do argumento é que quanto maior a redução na polução, maior é o custo marginal de abatê-la e menor é o beneficio marginal para a parte afetada. 


domingo, 12 de maio de 2013

O Problema da seca no Nordeste não é a falta de água.


Mais de 250 municípios decretaram estado de emergência por conta da seca prolongada no Nordeste. O nível dos açudes está baixo, sendo que alguns já secaram. Plantações se perderam. Quem tem cisterna ou reservatório na propriedade está conseguindo garantir qualidade de vida para a família e as criações.
Dilma Rousseff tem reunião, nesta segunda (23), com governadores do Nordeste e deve tratar da seca e de medidas que serão tomadas pelo governo federal para ajudar a mitigar seus efeitos.
Tempos atrás, durante outra estiagem, fiz um ping-pong curto com João Suassuna, engenheiro agrônomo e pesquisador da Fundação Joaquim Nabuco. Ele é um dos maiores especialistas na questão hídrica nordestina. Entrei em contato com ele de novo e refiz as perguntas. Pouco mudou.
Por mais que haja evaporação e açudes sequem, a região possui uma grande quantidade de água, suficiente para abastecer sua gente. Segundo Suassuna, o problema não é de falta de recursos naturais, mas de sua distribuição.

Falta água no Nordeste?

O Nordeste brasileiro é detentor do maior volume de água represado em regiões semi-áridas do mundo. São 37 bilhões de metro cúbicos, estocados em cerca de 70 mil represas. A água existe, todavia o que falta aos nordestinos é uma política coerente de distribuição desses volumes, para ao atendimento de suas necessidades básicas.

O que é o projeto de transposição do São Francisco?

O projeto do governo, remanescente de uma idéia que surgiu na época do Império, visa ao abastecimento de cerca de 12 milhões de pessoas no Nordeste Setentrional, com as águas do rio São Francisco. Ele foi idealizado para retirar as águas do rio através de dois eixos (Norte e Leste), abastecer as principais represas nordestinas e, a partir delas, as populações. Hoje, as obras estão praticamente paralisadas, com alguns trechos dos canais se estragando com o tempo, apresentando rachaduras.

Então ele é a saída para essa distribuição?

O projeto é desnecessário tendo em vista os volumes d´água existentes nas principais represas nordestinas. Da forma como o projeto foi concebido e apresentado à sociedade, com o dimensionamento dos faraônicos canais, fica clara a intenção das autoridades: será para o benefício do grande capital, principalmente os irrigantes, carcinicultores [criadores de camarão], industriais e empreiteiras.

Então, há outras alternativas para matar a sede e desenvolver a região?

A solução do abastecimento urbano foi anunciada pelo próprio governo federal, através da Agência Nacional de Águas (ANA), ao editar, em dezembro de 2006, o Atlas Nordeste de Abastecimento Urbano de água. Nesse trabalho é possível, com menos da metade dos recursos previstos na transposição, o beneficio de um número bem maior de pessoas. Ou seja, os projetos apontados pelo Atlas, com custo de cerca de R$ 3,6 bilhões, têm a real possibilidade de beneficiar 34 milhões de pessoas, em municípios com mais de 5.000 habitantes.
O meio rural, principalmente para o abastecimento das populações difusas – aquelas mais carentes em termos de acesso à água, poderá se valer das tecnologias que estão sendo difundidas pela ASA (Articulação do Semiárido), através do uso de cisternas rurais, barragens subterrâneas, barreiros, trincheiras, programa duas águas e uma terra, mandalas etc.
Enquanto isso, o orçamento do projeto de Transposição não pára de crescer. No governo Sarney, ele foi dimensionado com um único eixo e tinha um orçamento estimado em cerca de R$ 2,5 bilhões. Na gestão Fernando Henrique, ganhou mais um eixo e o orçamento pulou para R$ 4,5 bilhões. No governo Lula, saltou para R$ 6,6 bilhões. E, agora, no governo Dilma, chegou na casa dos R$ 8,3 bilhões. Como se trata de um projeto de médio a longo prazo, essa conta chegará facilmente à cifra dos R$ 20 bilhões nos próximos 25 a 30 anos.




Notas do blog:
- O governo Dilma mudou a política de apoio à construção de cisternas que vinha sendo tocada pela ASA através do projeto “Um Milhão de Cisternas para o Semiárido”. Para acelerar a produção de cisternas (gigantes caixas d’água que guardam a água da chuva), as placas de cimento foram trocadas por pré-moldados de polietileno – que podem deformar com o calor, custam mais que o dobro que os feitos com a matéria-prima anterior, não utilizam mão-de-obra local na sua confecção (não gerando renda) e tem manutenção mais complexa do que se fossem feitos de alvenaria. As organizações sociais criticaram a tomada de decisão centralizada, sem questionar quem vem executando e se beneficiando da política pública na base.
- No ano passado, a Polícia Federal e a Controladoria Geral da União constataram um desvio de R$ 312 milhões em verbas do Departamento Nacional de Obras contra as Secas (Dnocs), que poderiam estar sendo utilizadas para diminuir o impacto da estiagem deste ano.
Como disse, o problema não é de falta e sim de distribuição. De água, de decisões, de recursos. Enfim, de cidadania.