sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Lendo CELSO FURTADO



A Curiosidade veio depois de por várias vezes ouvir o nome de Celso Furtado associado ao Presidente JK na minissérie que foi exibida pela rede globo em 2006, já tinha ouvido falar de tal homem, sobre suas idéias sobre desenvolvimento e subdesenvolvimento, sem contar a contribuição do mesmo para a minha querida e tão sofrida região Nordeste. Pelo sim e pelo não resolvi incluir junto com alguns livros que comprei para esse semestre (2010.1)






Fiz uma boa escolha, o livro é perfeito!

O Livro de 351 páginas é dividido em 36 capítulos escritos em uma linguagem simples, de fácil compreensão... não é preciso ser um expert em Economia para entender o que esse paraibano quer falar!

Economia tem a ver com felicidade


O lado consumista do ser humano recomenda que a felicidade repouse na aquisição de produtos e serviços diversos, e, de preferência, em grandes quantidades. Somente por esse pormenor já bastaria para analisarmos a economia pelos seus dois lados mais influentes: a oferta e a demanda. Até mesmo porque tudo parece ser uma questão de oferta e demanda; não à toa esse é um dos principais conceitos da economia.

Evidentemente, junto à oferta e demanda, deve-se levar em conta à variável “preço”; condição essa essencial para deslocar (para cima ou para baixo) a quantidade procurada (demanda) em razão da quantidade fornecida (oferta); isso tudo, é claro, num lugar específico chamado “mercado”.

Pois bem. Utilizando a variável “preço” queremos, por sua vez, apenas para sintetizar essa discussão e não torná-la enfadonha, fazer um link com a variável “renda”, que aponta, essa sim, para a real possibilidade de compra ou recusa dos diversos bens e serviços dispostos nos mercados.

Portanto, pensando friamente dessa forma, ou seja, (no ato de consumir), quanto mais se consumir, mais a felicidade aumenta; ainda que seja não apenas sobre um consumo necessário.

Esse consumo excessivo, que vai além das necessidades básicas, encontra “repouso” nas ciências econômicas no conceito “conspícuo”, ou seja, aquele consumo supérfluo, típico do consumidor voraz pronto para alimentar sua volúpia consumista, atendendo, assim, os ditames da oferta. Ao economista Thorstein Veblen (1857-1929) devemos esse conceito desde 1899.

Portanto, uma primeira direção aqui nos é sugerida: se a felicidade repousa no ato de consumir, como querem alguns, basta consumir cada vez mais para ser muito feliz. Afinal, consome-se de tudo (até mesmo coisas sem sentido) e, em geral, em quantidades que agradam muito aos ofertantes.

Desse modo, como a sociedade, em geral, é muito consumista, pressupõe-se, de imediato, que há muita gente feliz por aí. Nesse sentido, a felicidade é igual ao consumo e o consumo (a chave de ouro do capitalismo) abre as portas da felicidade. Certo ou errado? Você decide!


Maximização da utilidade esperada


Embora o dinheiro não compre felicidade, é um pré-requisito para isso. Assim como o trabalho é o pré-requisito para o dinheiro. Em geral, os economistas querem que todos sejam felizes, e não apenas ricos. Até mesmo porque os economistas caracterizam o comportamento das pessoas quando fazem escolhas com base na maximização da utilidade esperada (espera-se escolher a opção que proporciona a maior utilidade média).

Para entramos nessa discussão, convém, antes, lembrarmos que a economia é construída em cima da estrutura da utilidade, como bem aponta Diane Coyle na obra acima citada.

Utilidade (utilitarismo) para os economistas só faz sentido se pensada em forma de benefício, de bem-estar. A base da Teoria do Consumidor passa pelo conceito de utilitarismo. Esse, por sua vez, pode ser definido como o bem que se identifica com o útil.

Os utilitaristas – Jeremy Bentham (1748-1832) e John Stuart Mill (1806-1873) - são claros a esse respeito: “a felicidade está na aquisição daquilo que nos é útil”.

O útil, grosso modo, leva à satisfação, leva ao prazer, leva ao bem-estar. Esse é, em essência, o objetivo do economista: proporcionar oportunidades e escolhas disponíveis a todos no dia a dia, auxiliando o maior número de pessoas na busca de algo fundamental: o bem-estar.

Bem-estar, então, se liga de forma íntima à felicidade. Pelo menos é o que diz a ciência econômica quando recomenda a seus fiéis consumidores que maximizem a utilidade esperada, ou seja, que no ato de tomada de decisões (e não somente no ato de consumir) cada indivíduo alcance o maior nível possível de utilidade.

Conquanto, nem sempre essa utilidade está relacionada apenas ao ato de consumir, para desespero da lógica mercadológica. Posso perfeitamente obter utilidade (felicidade) ao encontrar alguém, ao falar com alguém, ao pensar em algo prazeroso, ao ler um poema agradável, ao respirar um ar puro, ao contemplar uma obra de arte ou um monumento público. Estou assim consumindo algo? Sem dúvida; no entanto, não estou colocando a mão no bolso para isso. Para desespero do capitalismo, reiteramos, nem sempre um consumo vem seguido de gastos. Portanto, as portas da felicidade podem não ser aquelas que nos levam ao comércio/mercado.


Fonte: www.cofecon.org.br -

Por Marcus Eduardo de Oliveira