sábado, 31 de agosto de 2013

Vagamente Economista

Provavelmente não há algo que irrite mais um economista do que ouvir de um estúpido ser: "Calcula ai pra mim 2 +2 porque tu é economista, tu é que sabe"

Sério? E teu professor do fundamental não ensinou não?

Aiiii, como se economista servisse somente pra isso!!
Tanto que a gente  estuda pra entender e questionar Smith, Ricardo e tolerar Marx e ouvir essas vagas "baboseiras" soltas por ai...


Terminar monografia.... digo até que tem mais futuro!

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

EMPRESA, INDÚSTRIA E MERCADOS


            Na Economia Industrial, em várias correntes, destaca-se claramente a busca pela incorporação do crescimento e da acumulação de capital das empresas como determinantes fundamentais da dinâmica da economia capitalista. A crescente importância das grandes corporações, em geral acumulando várias atividades produtivas, contrasta claramente com a empresa idealizada pela escola tradicional neoclássica, gerando novas preocupações não só com a própria ideia de empresa como também com seus espaços de concorrência, sobretudo na definição de mercado e indústria.

Natureza e Objetivos da Empresa
            Para Chandler e Penrose existem duas definições de empresa:
            Em Chandler a empresa é uma entidade legal que estabelece contratos com fornecedores, distribuidores, empregadores e, frequentemente, com clientes. É também uma entidade administrativa, já que havendo divisão do trabalho em seu interior, ou desenvolvendo mais de uma atividade, uma equipe de administradores se faz necessária para coordenar e monitorar as diferentes atividades.
            A proposição de Penrose é complementar, indicando que os teóricos fazem escolhas dentre os múltiplos aspectos da empresa. Uma empresa não é um objeto observável de maneira fisicamente separada de outros objetos, e é difícil de se definir a não se com referência ao que faz ou ao que é feito em seu interior.
            Consequentemente, cada analista é livre para escolher quaisquer características da empresa nas quais esteja interessado, definir a empresa em termos destas características e proceder de forma a chamar sua construção de “empresa”.

Antes da escola neoclássica: Acumulação de capital e elementos de uma teoria da produção.
            A escola clássica não chega a explicitar um  agente de nome empresa. Nela estão presentes como agentes as classes sociais – trabalhadores, proprietários de terras e capitalistas. Para nosso uso, isto pode se explicar pelo fato da empresa capitalista se ter constituído como agente de forma evolutiva, sendo identificável de forma separada de seus proprietários à medida que evolui juridicamente. Assim, antes da revolução industrial podem identificar-se empresas na esfera comercial, mas a produção se faz em geral de forma doméstica ou em oficinas de dimensões reduzidas. Mesmo no século XIX, as primeiras empresas industriais (da indústria têxtil, por exemplo) são empresas familiares ou sociedades de natureza jurídica simples, não separando a responsabilidade do patrimônio familiar dos compromissos assumidos pelas empresas. Neste sentido a empresa da escola clássica se identifica com o capitalista, e seu objetivo é acumular capital em um ambiente competitivo representado por um sistema capitalista em expansão.

A empresa na escola neoclássica: Transformação nas leis dos rendimentos
            A escola neoclássica trouxe para o centro da teoria economia o problema da alocação de recursos escassos a necessidades ilimitadas. Alferd Marshall em Principles of Economics, afirma que enquanto agente deste sistema alocativo, a empresa neoclássica é vista como um agente que toma decisões de produção (curto prazo) e de escolha do tamanho da planta (longo prazo), incluindo a entrada ou saída de mercados onde os lucros estejam acima ou abaixo dos lucros normais, de forma que as decisões do conjunto de empresas de uma economia conduzem as escolhas da aplicação dos recursos da sociedade – o que, como, quanto e para quem produzir. As escolhas individuais das empresas são governadas pelo objetivo de maximização de lucros, que corresponde à quantidade produzida que proporciona os maiores lucro dentre o conjunto de quantidades que uma planta permite produzir (curto prazo), ou à escolha da planta ótima, a que permite obter maior lucratividade dentre o conjunto de dimensões alternativas de plantas no âmbito da tecnologia vigente.
            Leon Walras, tem a imagem da empresa mais acentuada. A empresa aparece sob a forma de empresários que comparecem no mercado de fatores como demandantes de seus serviços e no mercado de bens como ofertantes dos produtos. Se as remunerações concedidas são os lucros do capital, salário do trabalho e a renda dos recursos naturais,os lucros extraordinários a que empresários poderiam eventualmente visar como resíduo – resultante do desconto dos custos de produção do valor dos bens – se acumular por pressão da competição.

Empresas como instituição: A contribuição de Coase
            De Acordo com Richard Coase, a empresa é vista como um arranjo institucional que substitui a contratação renovada de fatores no mercado por uma outra forma de contratação, representada por um vínculo duradouro entre fatores de produção. Na contratação entre capital e trabalho, por exemplo, seria a diferença entre contratar um trabalhador mediante um contrato de trabalho, ou seja, para desempenhar esta tarefa ao longo de futuro indeterminado, incluindo as variações que a tarefa pode assumir ao longo do tempo.

Outras visões de empresa como instituição: Marshall
            Marshall é sem dúvida o fundador da vertente neoclássica de análise do equilíbrio parcial. Efetivamente Marshall utilizou nessa análise a figura de uma empresa idealizada, a empresa representativa, que seria madura o suficiente para estar de posse de capacitações representativas do desenvolvimento geral da indústria e do conjunto de empresas produtoras da mercadoria em análise de equilíbrio.
            Para Marshall, o crescimento da empresa individual na industria se faz sob rendimentos crescentes. O autor explica que empresas maiores se beneficiam de vantagens de adoção de técnicas, na compra de grandes volumes, no uso de instrumentos de comercialização acessíveis às empresas maiores.
            A explicação marshaliana é a de que as empresas não podem reter e desenvolver eternamente as vantagens do tamanho porque, ao final da primeira geração fundadora da empresa, há perda de vigor no trabalho da gerência; e sua substituição pelas gerações posteriores faz prosseguir a debilidade porque seus gerentes são determinados hereditariamente, não sendo selecionando pelo mercado a sua capacidade.

Outras da Empresa como instituição: Gerenecialistas e Penrose
            Para a corrente gerencialista, rejeita-se o processo de maximização do lucro como o determinante exclusivo do comportamento decisório da empresa. Um elemento chave na configuração dos modelos desta corrente refere-se à separação entre propriedade e controle, uma nova característica organizacional das empresas ao introduizr a figura do gerente profissional – representando o seu corpo executivo.
            Edith Penrose formulou uma teoria da empresa que se destaca deste conjunto por retomar a problemática esboçada por Marshall, dando uma maior organicidade à discussão de empresas que crescem acumulando capacidade e recursos. Para a autora, a empresa reúne e combina recursos , mas esta função contrasta com a empresa neoclássica porque não há relação biunívoca entre um recurso e os serviços que dele se podem obter. Estes dependem dom ambiente (empresa) em que os recursos são utilizados, com especial importância para os conhecimentos utilizados quando do seu emprego.

A Visão neoschumpeteriana de empresa
            Uma corrente teoria economica contemporânea em que a empresa se apresenta como agente que acumula capacidade organizacionais é a dos neoschumpeterianos. Ao invés da escolha racional e permanentemente renovada proposta pela corrente principal da teoria econômica, as empresas se comportam de acordo com rotinas cristalizadas através de sua experiência, que possuem o papel de coordenar a atividade interna dos membros da empresa, à semelhança de um código genético.

Estrutura Organizacional Interna da Empresa
            As proposições de Oliver Williamson e Alfred Chandler relativas à existência de dois modelos estilizados de estrutura organizacionais – o formato unitário (forma U) e a empresa multidivisional (M).
            De maneira simplificada, é possível diferenciar os seguintes modelos organizacionais de empresas diversificadas:
·         Empresa Multiproduto: produz vários bens colocados junto a mercados distintos.
·         Empresa Verticalmente Integrada: envolve a atuação da empresa em diversos estágios da cadeia produtiva associada à transformação de insumos em bens finais de determinada indústria.
·         Conglomerado Gerencial: corresponde a um tipo de empresa diversificada que está presente em vários mercados, envolvendo produtos pouco relacionais entre si.
·         Conglomerado Financeiro: corresponde a um tipo de empresa diversificada que está presente em diversos mercados que não se encontram relacionados entre si.
·         Companhia de Investimento: de modo semelhante ao conglomerado financeiro, também se baseia na distribuição de recursos líquidos entre atividades não relacionadas.

Conceitos de Indústria e Mercado
            A dicotomia concorrência perfeita/monopolista, abre espaço abstrato de encontro de oferta e demanda, adotando-se uma noção de produto como algo absolutamente bem definido e, portanto, perfeitamente distinguindo na análise dos consumidores. A suposição de um crescimento da empresa marcado pela crescente diferenciação de produto, além de um movimento de expansão diversificante da atividade produtiva como uma estratégia.
            O mercado, portanto, corresponde à demanda por um grupo de produtores substitutos próximos entre si.

Cadeia produtivas e Complexos industriais
            É o mais comum. Assim, na medida em que a competitividade das empresas depende do seu meio ambiente imediato, a arena concorrencial se amplia, deixando de ser apenas a dos mercados imediatos de venda de mercadorias/serviços e aquisição de insumos, para também incorporar mercados acima e abaixo da cadeia produtiva em que a empresa está atuando.
            Existem tipos de cadeia produtiva, tais como: cadeia produtiva empresarial; cadeias produtivas setoriais.